quarta-feira, 22 de setembro de 2010

da picada da víbora


"Um dia, estava Zaratustra a dormitar sob uma figueira, porque fazia calor, e tinha tapado o rosto com o braço. Nisto chegou uma víbora, mordeu-lhe o pescoço, e ele soltou um grito de dor. Afastando o braço do rosto, viu a serpente; ela reconheceu os olhos de Zaratustra, "espera, ainda não te agradeci! Despertaste-me a tempo, pois o meu caminho ainda é longo".
"O teu caminho é curto", disse tristemente a víbora, "o meu veneno mata". Zaratustra pôs-se a rir. "Quando foi que o veneno de uma serpente matou um dragão?", disse. "Reabsorve o teu veneno! Não és rica demais para me fazeres presente dele." Então a víbora tornou a enlaçar-lhe o pescoço e lambeu-lhe a ferida."

Friedrich Nietzsche_Assim falou Zaratustra

Um comentário:

  1. Àquelas que vivem tentando me destruir, dou-lhes graças!! Suas ações e palavras foram a força propulsora dos movimentos recentes que me encabeçam a fortuna. Verdadeiramente, obrigada!!

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