amor

 Remédios para curar o amor...


O poeta Ovídio nos ensina como se livrar do jugo de um amante indigno: 

1. Quem é o objeto do teu amor? Eis o que a razão deve examinar. 
2. Se puderes, mata no nascedouro os germes funestos do mal que se prenuncia.
3. É importante escolher o momento oportuno, pois não se pode conter um louco em um acesso de fúria.
4. Foge da ociosidade: uma vida ativa te trará tranquilidade.
5. Deves enganar-te a ti mesmo, voluntariamente, por estes ou por outros meios, até que tenhas esquecido do que seja amar.
6. Se possível vá p/ longe e demore a voltar. Sê persistente e força os pés a caminhar, mesmo não o querendo.
7. Para que possas te sair bem, terás de suportar mil coisas dolorosas.
8. Lembra-te com frequência dos atos culpáveis do teu amigo (a) e de todo o mal que ele te fez.
9. Busca nesses pensamentos envenenar teus sentimentos e encontrar o ódio que necessitas. 
10. Observe os defeitos e despreza-os.
11. Quando o S2 se divide, o amor enfraquece. Não há amor que não ceda lugar a outro que o substitui.
12. Mesmo que o fogo da paixão te abrase, infeliz, como se estivesse dentro do Inferno, age de modo a parecer mais frio do que o gelo.
13. Finge o que não sente e aja como se a tua paixão estivesse calma. Assim conseguirás fazer o que fingias.
14. O amor se fixa nos S2 com o hábito e com o hábito o arrancamos de lá.
15. Poder fingir-se curado, é estar curado.
16. Não deixes que nenhuma queixa transpareça das tuas palavras e que o rosto acuse sofrimento. Diante da tua frieza, logo ele deixará de lado o seu desdém.
17. Procura uma forma de te distrair e não fixes p/ ti uma data p/ deixares de amar.
18. Deixe de amar aos poucos e não terás recaídas.
19. Para evitares que seu amigo(a) fique muito convencido(a) e te despreze, deves ter firmeza, o que o(a) obrigará a curvar-se.
20. Se te convida a um encontro para uma certa noite, hesite em aceitar e não dê certeza.
21. Se fores demasiadamente fraco(a), desfruta teu amor dias e noites até que a fartura corrompa o amor.
22. Não se pergunte com terror se o seu (sua) amante continuará fiel. A dúvida também alimenta o amor. Se queres expulsá-lo, vence o medo. 
23. Evitai a solidão: o isolamento agrava os males do amor.
24. Não fujas às conversas.
25. Não feches a porta.
26. Não ocultes na sombra teu rosto banhado em lágrimas.
27. Na prática da amizade, encontra-se um lenitivo que não é de desprezar.
28. Fujas de estar próximo do teu(tua) antigo(a) amigo(a) e evita a presença de apaixonados.
29. E mesmo que morras de curiosidade, não procuras saber dele: sê corajosa(a) e vá até o fim. Ganharás em nada perguntar.
30. Pára de argumentar e explicar e enumerar motivos de queixa. Vingar-te-ás melhor mantendo silêncio até que pares de desejá-lo(a).
31. Seria um crime odiar quem acariciamos na véspera. Basta não dedicar-lhe teus pensamentos.
32. É mais seguro e decente separar-se em paz. Quem termina uma paixão em ódio, ou ainda ama ou não conseguirá deixar de sofrer.
33. Se o acaso vos levar ao mesmo lugar, pensa nas armas que aprendeste.
34. Não te preocupes em nada p/ agradar a uma pessoas que deve ser de agora em diante um estranho(a) p/ ti.
35. Demoramos para romper um romance porque esperamos ainda ser amados. (vanity)
36. Não declares as razões que te fizeram preferir a separação e não fales dos teus sofrimentos. Este segredo deves guardares até alcançares teu fim.
37. Não lhe censures os possíveis erros para que não tente justificá-los. Não lhe dê oportunidade de mostrar que sua causa é melhor que a tua.
38. Quem se cala está firme na sua decisão; quem censura o(a) amante pede-lhe, de fato, que se defenda.
39. Compara teu(tua) amigo(a) aos mais belos homens/as mais belas mulheres. Haverás de te envergonhares dele(a). Compara também o caráter e os talentos.

Retirado de "A arte de amar"_Ovídio